domingo, janeiro 30, 2011

Recomeçar.


De forma inesperada o choro ficou preso na garganta. E agora ela, que passara a tarde toda fazendo planos e tendo sonhos, se sente tão triste, tão triste. Toda a sua segurança foi embora e agora tenta ser forte para não chorar. Percebe que não vale a pena continuar, porém, não há motivos para dizer que acabou. Só há dúvidas na cabeça dela. Que menina-mulher mais complicada. Sua vontade é estar sozinha, sua vontade é a liberdade, contudo, está presa a um sentimento, está presa a um laço no qual ela não quer desmanchar. Ou quer? Nesse exato momento a vontade dela é fazer mil perguntas e arruinar um relacionamento estável. Destruir o seu sonho, afinal de contas, ela se sente sufocada. E está muito cansada de tudo isso. Nada é o bastante, nada é o suficiente. Está ficando angustiada, acha que precisa fugir desse mundo e ir dormir, ela tem certeza. Entretanto, o seu ego é maior, sem dúvidas ela vai arruinar a sua noite, porque ela quer e tem total consciência disso.

A verdade é que ela precisa de uma noite com as amigas, uma garrafa de vinho, e um grito para se sentir leve. Precisa esquecer o passado, ficar o presente, ser independe. Ela precisa ir embora, esquecer certas pessoas, tomar mais um porre, encontrar um novo amor, começar tudo de novo. A verdade mesmo é que essa garota nem queria ter nascido, ou então, preferia ter a chance de começar tudo do zero. Recomeçar sua inútil vida!

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Gosto tanto...


Quero tanto me libertar desse mal que é você. Quero tanto poder te esquecer. Não que eu esteja enlouquecidamente apaixonada , o problema é a minha comodidade. Já me acostumei tanto com os mesmos beijos, com os mesmos abraços, com as mesmas conversas, com o meu sofrimento, com a mesma pessoa. Ficou difícil mudar tudo, ficou difícil esquecer o que aconteceu. Ruim com você, pior sem você? E quem ao certo saberá?! Não quero me separar, preciso acreditar que será diferente essa vez, que não vai ser como todas as outras vezes. "Ainda há esperanças em mim". Então, por mais que eu chore escondida, por mais que eu pense mil e uma coisa, estou ligada a você e é quase inevitável não estar.

Tentei colocar alguém no seu lugar, mas nenhuma outra pessoa é como você, nem causa o que você me faz sentir! Por isso, desistir de procurar... Chegou a minha hora de dar uma nova chance para mim.
E então, Promete que vai me fazer sempre feliz?

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Breve conceito sobre ser feliz

Não importa quanto tempo alguma coisa durou, não importa se te fez sofrer, não importa quantas lágrimas você derramou, não importa o que você fez, contanto que a outra pessoa tenha sido feliz.. Aí sim você entenderas, que todos os segundos valeram a pena, que cada lágrima foi necessária, e todos os sacrifícios obtiveram um resultando, e só por causa disso, você se sentirá tão satisfeito, que ficara feliz só porque outra pessoa foi feliz com você! O coração parece que para, o corpo fica estatelado, palavras não seriam capazes de descrever tais emoções, é como se o mundo parasse tudo a volta ficasse preto e branco, e do nada uma bomba de cores deixasse tudo magnífico,tudo mágico. Então você começa a sentir o amor, e ele está tão próximo... É inexplicável! Nada pode comprar o que se está sentindo. Daí, você vai para casa, toma um banho e deita na sua cama, o mundo está brilhando, você dorme uma noite cheia de sonhos e fantasias, tudo é tão agradável, que repetiria tal ato, dia após dia, pois a sensação de fazer alguém feliz, é indescritível, todos os dias você acorda com um sorriso no rosto, e pouco a pouco percebe que é feliz, mas só és feliz porque fazes alguém feliz. És o sorriso do rosto de alguém, és o abraço mais importante de alguém, és o ar que alguém respira, só então percebe-se que é impossível viver sem tais coisas, que é impossível viver sem alguém para trazer felicidade, afinal de contas, o mundo tornou-se um lugar lindo!

sábado, janeiro 08, 2011

Apenas um sonho.

Ontem não foi um dia feliz e hoje, não passa das conseqüências do ontem. Como eu poderia apagar tudo isso para viver um amanhã? Talvez, não seja possível. Tenho que conviver com toda essa sensação de medo, de temor... Sigo tal rotina desde o momento que fui retirada do ventre de mim mãe.

Entretanto, algo diferente aconteceu, tive um sonho e ele era exatamente desse jeito:

" Caminhava por vastos campos, era um fim de tarde, o céu estava nublado, porém, sem previsão de chuva. A pastagem era alta a ponto de bater na cintura, a brisa suave batia em meu rosto, meus braços deslizavam sobre a vegetação homogênea. Era tão tranqüilo, tudo aquilo me fazia um bem enorme. Não havia pessoas, não existia ninguém, estava tão só, somente só. E mesmo estando completamente vazia, a sensação de paz inundava meu ser, jamais me sentirá daquela forma, nem parecia real. O silêncio tomava conta do lugar, a não ser o vento que tinha uma melodia suave e divina. A cada passo uma memória, a cada passo uma lembrança, a cada passo um esquecimento. Minha mente estava purificada, nenhuma sombra me perturbava. Poderia viver daquele jeito para sempre. Resolvi por vez me deitar. Aquele chão era tão macio, parecia que estava deitada em nuvens de algodão, e sem perceber um sorriso me corre a face. Era uma tarde que eu nunca havia vivido, uma tarde sem preocupações, eu estava tão tranquila... Não recordo de como cheguei ali, também não sabia como voltar, contudo, isso não preocupava-me, só queria aproveitar cada respiração daquele puro ar que enchia-me os pulmões. Achei que nada poderia ser melhor que aquilo. E que bom que só achei... Em um piscar de olhos vi um arco-íris nasceu no horizonte, de forma tão colorida, por impulso a minha vontade foi tocá-lo, nunca havia visto nada naquele jeito, resolvi então levantar-me, fiquei em pé, era tão lindo, tão lindo... E sem querer, uma lagrima escapou.
Estava perdida em meio à perplexidade de meus olhos contempladores. Meus pés fincaram-se no chão, estava hipnotizada com aquele cenário. Nada tão bonito, era além da imaginação humana, era como o paraíso dos deuses, era como o reino de Afrodite. Nada tão trágico. Bonito demais para ser re...
"

Um som, uma música irritante, não pode ser... Só pode ser mentira
. Está na hora de levantar. Hora de cair no tédio, hora de viver a rotina. Pés no chão gelado, olho o relógio, são cinco da manhã, vou em direção ao banheiro, e com os olhos embaçados olho-me no espelho. Lágrimas começam a surgir... Eu não queria estar aqui. Eu não queria... Em um ato de desespero abro a porta e corro para a cama, será que se dormir de novo retornarei para aquele lugar fantástico? E embargada pela emoção, continuei deitada, esperando que o tempo passasse, e pedindo a todos os seres do universo que eu pudesse permanecer ali, sem nenhuma obrigação. O galo canta, o sol começa a esquentar, uma mão sobre o meu braço pesa: É hora de acordar. E como se tivesse perdido a hora vou ao banheiro, tomo o banho e vejo as horas passarem, foi só mais um dia, foi só mais um sonho, não passou de uma ilusão...
Essa é a liberdade que me negaram.

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Um fim de tarde de inverno.

A rua estava deserta, todos pareciam respeitar aquele momento de tristeza. A estrada estreita se tornou larga para o inexistente fluxo de carros. Sem trânsito, sem engarrafamento... Deste jeito, era mais fácil chegar. De repente, um freio, rodas parando de girar, a porta é aberta e, por fim eu desço, olhando todo aquele ambiente sombrio. Não foi difícil reconhecer. Sim, eu estava em casa. O evento já havia começado. Silenciosamente aproximei-me, não queria ser notada.

Uma duvida surgi. Eu não sabia o motivo da morte. Cheguei para o coveiro e discretamente perguntei-lhe: “Qual a causa da morte?” Atordoado com a minha pergunta ele responde: Tristeza. E sem querer soltou algo que não irei esquecer: “Jamais vi alguém morrer desse jeito. Quando o corpo foi aberto o coração estava partido, os vasos rompidos, só de ver sentia-se uma expressão de dor. Como pode alguém morrer daquele jeito? ”. Sem dizer palavra alguma, fiz um sinal com a cabeça e me afastei.

Voltei para onde se encontrava o corpo, de longe observada. Havia poucas pessoas e, a cada instante uma porção delas saia. Minutos depois, todos se foram, só eu estava lá. Então, com passos curtos fui me aproximando. A brisa suave fez uma folha cair, e tal, estrondou como a queda de um avião. Continuei a andar, cheguei perto, maldita sensação de desespero. O que era aquilo em minha frente
? Fiquei sufocada e, de forma materializada vi minha alma. Tudo aberto, nem sequer as moscas ousavam pousar. A cada passo que eu dava, podia enxergar um pedaço de coração partido. Eu via a dor.

A chuva começou a cair. Era um fim de tarde de inverno. A maquiagem começou a borrar, lágrimas presas latejavam como uma ferida aberta. De repente, alguém me segura pelo braço. O motorista com um guarda-chuva na mão, dizendo que estava tarde e que a viagem seria longa. Pela ultima vez olhei a dor que estava a minha frente. Andei. Entrei no carro. Encostei minha cabeça no vidro e, pude ver as cenas fúnebres em minha mente. Nada mais pulsava em mim. Com os olhos embaçados, mediante aquele caminho triste eu tive algumas certezas:
_ Primeiro: Que não tinha mais alma.
_ Segundo: Nada existia dentro de mim.
_ E por ultimo: Só o meu corpo andara pelos becos escuros de um fim de tarde de inverno.

terça-feira, janeiro 04, 2011

Momento de esperança

A porta está aberta. Só estou esperando de algo entre e mude a minha vida. Eu limpei todas as coisas, coloquei vestes brancas, só para parecer pura, escondi as coisas escuras no porão para que ninguém ache. Estou perfeita, a comida cheira bem, há vários doces, comidas deliciosas e suculentas. Agora estou aqui, sentada, esperando que você chegue logo e mude a minha vida. Por favor! Me abrace bem forte ,faça com que meus olhos tenham luz.

São cinco horas da tarde e já está tudo pronto, você disse que viria as seis, estou contando os segundos. Chegue logo. Meus olhos só observam aquele grande relógio na parede, o tempo está passando... Levanto-me, vou ver se tem alguma coisa errada. Nenhum pó na estante, tudo no lugar, a comida ainda está quente, tudo tão perfeito, tudo tão limpo, tão lindo. O relógio toca, são seis horas. Nem acredito, o tempo passou tão rápido, que alegria! Emoções à flor da pele. Como eu pude me esquecer? Calma, calma. Pronto, tudo pronto, já coloquei um sorriso no rosto. Mais uma vez sento-me, só me resta esperar agora... Fico sonhando, fazendo planos, cada detalhe foi preparado com tanto cuidado.

O telefone toca, corro para atender, só pode ser você.

-Alô? _ Sinto informar, não posso ir até ai. _ - Por quê? Faz tanto tempo que eu espero por esse momento, porque você não vem? _ Porque não! Quem lhe fez acreditar que eu iria? Eu não confirmei nada, pare de ser tola! Eu tenho mais o que fazer, só queria te fazer ter esperanças. Até mais! _

Fiquei com o telefone no ouvido, só poderia ser mentira, ele não estava falando sério. Não mesmo.
Paralisei. Lágrimas. Choque. Dor. Mágoa. Desespero. Raiva. Ira. Ódio!

Bati o telefone com força, o joguei para longe, olhei para linda e perfeita mesa, derrubei tudo, joguei a comida fora, cuspi e gritei, gritei alto. Olhei para minhas vestes, rasquei tudo. Quebrei os porta-retratos, destruí os quadros, queimei as tolhas, acabei com tudo
. Peguei uma faca, sentei no chão, ela estava posicionada nos meus pulsos, passei lentamente e senti a dor, ela era tão boa, fazia parte de mim. Sujei tudo. Absolutamente tudo. Fiquei parada, lembrei do porão, corri para lá, abri a porte, mandei tudo sair. Todos os meus temores e males, abracei-os, pedi desculpa.
Como eu pude largar vocês, como eu pude acreditar nas palavras dele?
Vocês sim estão comigo, sempre que eu preciso. Perdoem-me”.


Havia sangue por toda a parte. Estava me sentindo viva. Então vocês vieram, estancaram o meu sangue e voltaram para dentro de mim. Deitei no chão, vi tudo destruindo, resolvi então ficar ali, esperando o tempo passar, esperando a morte chegar, esperando o coração por vez parar...