quinta-feira, maio 12, 2011

Jogo de Azar

Brinquei de amor. Sempre conquistei, gostei, usei, seduzi e dispensei. Nada nunca aconteceu, porém, perdi as contas de quantos corações dilacerei. Era divertido toda aquela correria atrás de mim, sem contas as declarações inesperadas e em cima de cada suplico o meu ego crescia. Fiquei tão forte e tão fria... Vez por outra, apaixonava-me pela pobre vítima, mas, como toda paixão, ela vem como tempestade, derruba casas, destrói vilas e desaparece como uma leve ventania.

As coisas iam bem, até que um dia, algo jamais sentido bate na porta do meu coração. Acreditei que não passava de mais um pobre coitado, vítima de uma fortaleza impenetrável, no entanto, a tal pedra de gelo entrou em trabalho de fusão.

Lapidaram-me a frieza, roubaram minha ausência por sentimentos. Fiquei irreconhecível, um alguém tão sensível, que mesmo perante a mim foi difícil decifrar-me.

Com decorrer do tempo acabei me afastando da minha essência, conhecendo caminhos desconhecidos. Fui longe demais. Quebrei as regras do meu próprio jogo e agora eu podia sentir na pele o quanto era ruim, doloroso... Então, sem muita demora, veio um tal de "Game Over", e agora?

E agora eu fiquei assim, sozinha... Ao relento...

Provando do meu próprio veneno.

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