domingo, junho 19, 2011

Amor instantâneo


- Abra a embalagem e retire o conteúdo,

- Coloque água para ferver,

- Após a fervura acrescente o conteúdo,

- Espere três minutos e sirva.

O sentimento admirado por Platão. O sentimento dos Deuses gregos. O sentimento narrado por Shakespeare. O sentimento que Jesus, Mahatma Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, pregou. Onde? Onde se perdeu o amor?

“Beijos não são contratos e presentes não são promessas”, diz Shakespeare quatrocentos anos atrás. Carinhos, abraços, beijos, presentes e amassos, não têm haver com amor, são apenas os elementos que deixam tudo mais gostoso, mais saboroso, mais suculento. “O amor é muito paciente e bondoso, nunca é invejoso ou ciumento, nunca é presunçoso, nem orgulhoso, nunca é arrogante, nem egoísta, nem tampouco rude”, I Coríntios 13.

O sentimento verdadeiro cresce com o tempo, em cima do diálogo, do respeito, dos limites, da verdade, da fidelidade. A paixão é intensa, devastadora, no entanto, passageira. É o ápice da emoção, o delírio do momento, a motivação do instante. Paixão é diferente de amar. E “Eu te amo” não é “bom-dia”.

Viva! Ame! Apaixone-se! Só não espere uma refeição saborosa de algo que fica pronto em três minutos, pois, o máximo que conseguira é uma comida pouco saudável, pobre em nutrientes, com sabor artificial de carne ou galinha caipira.

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